Banco Central deve barrar aquisição do Banco Master pelo BRB, dizem fontes ouvidas por jornal

 

Instituição aguarda o pedido formal de avaliação da transação, avaliada em R$ 2 bilhões

O Banco Central (BC) demonstra preocupação com a situação do Banco Master e a viabilidade da compra pelo Banco de Brasília (BRB) e deverá barrar a operação, segundo fontes ligadas às negociações ouvidas pelo Globo. Executivos e autoridades do setor financeiro discutiram o negócio no sábado e expressaram receio com a saúde financeira do Master.

O BC, que já monitorava o Master, aguarda o pedido formal de avaliação da transação, estimada em R$ 2 bilhões. O anúncio da venda não surpreendeu o mercado, já que o Master enfrentava dificuldades para captar recursos, oferecendo taxas de retorno muito acima da média do mercado em seus CDBs (Certificados de Depósito Bancário).

O que chamou a atenção dos investidores foi o comprador: um banco público. No mercado, a operação foi vista como uma espécie de “salvação” para o Master. No entanto, investidores do setor financeiro apontam que o Master possui ativos problemáticos, como precatórios, que afastaram o interesse de outras instituições privadas. A compra desses ativos poderia prejudicar o balanço de um banco privado, em relação às regras da Basileia.

Uma fonte do mercado financeiro afirma que não há sinergia entre as operações do Master e do BRB. A estrutura da operação, na qual o BRB adquiriria apenas 49% das ações ordinárias do Master, indica que o banco de Brasília não teria controle da instituição. Além disso, o BRB teria que assumir os CDBs do Master, que vencem em um período de três a cinco anos.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, afirma que a compra do Master faz parte de uma estratégia para transformar o BRB em uma instituição nacional. A aquisição permitiria ao BRB entrar em novos segmentos de mercado e aumentar sua capacidade de distribuição de dividendos. Com a aquisição o BRB subiria para o 17º lugar no ranking dos maiores bancos do Brasil.

Com informações de O Globo