Ibmec investe R$ 20 milhões para trocar Centro do Rio por Zona Sul em novo campus

 

Faculdade premium da Yduqs diz que estratégia é se aproximar do mercado corporativo

O Ibmec, faculdade premium da Yduqs (também dona da Estácio), está investindo R$ 20 milhões na reforma de um prédio em Botafogo para abrir seu primeiro campus na Zona Sul do Rio. A partir de 2026, a unidade receberá os cerca de mil alunos que hoje estudam em um edifício histórico do Centro, cuja unidade será desativada no final deste ano.

A mudança ocorrerá três anos após a abertura de um campus na região da Faria Lima, novo coração financeiro paulistano, e também faz parte da estratégia do Ibmec de aproximar — literalmente — sua marca de regiões com maior crescimento no mercado corporativo.

— Há tempos buscávamos um espaço na Zona Sul, pois já entendíamos que era estratégico estar mais perto das empresas e do mercado de trabalho. E a dinâmica da cidade mudou, a importância relativa do Centro diminuiu na comparação com bairros como Botafogo. Encaramos o novo campus como um verdadeiro reposicionamento junto ao público da Zona Sul, que é grande parte da clientela do Ibmec no Rio — explicou à coluna Marina Fontoura, vice-presidente de novos negócios e crescimento da Yduqs e CEO do Ibmec.

No Centro, o Ibmec ocupa todo o Standard Building, edifício tombado, construído há 90 anos na Avenida Presidente Wilson, com 8,3 mil metros quadrados. (Trivia: foi o primeiro prédio do Rio com ar-condicionado central.) Em dezembro, a faculdade decidiu rescindir antecipadamente o contrato de aluguel, que só venceria em 2032. Pagou R$ 12,6 milhões de multa contratual e vai desocupar o imóvel em dezembro.

A decisão se dá em momento de vacância elevada nos prédios corporativos do Centro do Rio, que ainda não se recuperaram do impacto da pandemia. O proprietário, o fundo imobiliário Arch Edifícios Corporativos, ainda não tem novo inquilino em vista.

‘Trocar a vista do Pão de Açúcar pela do Cristo’

Em Botafogo, o Ibmec vai ocupar todo o prédio do número 272 da Rua Guilhermina Guinle, em frente à Casa Firjan. Conhecido como Edifício Braspar, o imóvel de oito andares e 5,8 mil metros quadrados foi arrematado no ano passado no leilão judicial da Braspérola, que já foi a maior fábrica de linho do país. O Ibmec assinou contrato de aluguel de longo prazo com o novo proprietário.

— É um prédio antigo, mas vamos investir R$ 20 milhões para renová-lo e deixá-lo pronto para receber atributos tecnológicos, como oferecemos na Faria Lima. Teremos um hub de empreendedorismo e queremos ter startups no espaço. Por ser tombado, o prédio do Centro não permitia alterações — acrescentou Marina, brincando que o Ibmec vai “trocar a vista do Pão de Açúcar pela do Cristo Redentor.”

O novo prédio tem capacidade para dois mil alunos, dando margem ao Ibmec para dobrar sua operação na unidade. Esse será o terceiro campus aberto pelo Ibmec desde que a Yduqs assumiu o negócio, em 2019, ao pagar R$ 1,9 bilhão pelos ativos da Adtalem Brasil. A companhia também abriu campi em Brasília e na Faria Lima.

A unidade em Botafogo vai oferecer cursos de graduação em administração, economia, direito, relações internacionais, contabilidade, ciência de dados e inteligência artificial. No Rio, o Ibmec também mantém uma unidade na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.

Com informações de O Globo