Reis conta com a reversão da decisão do Supremo Tribunal Federal que o deixou inelegível.
Nome forte do MDB do Rio, com eleitores na Baixada fluminense e identificação com a direita, Washington Reis ainda não jogou a toalha para os sonhos de ser candidato ao governo do estado, na chapa apoiada pela família Bolsonaro. Embora o arranjo para que Rodrigo Bacellar seja o candidato já esteja alinhavado, com a indicação do vice, Thiago Pampolha, para o TCE, Reis conta com a reversão da decisão do Supremo Tribunal Federal que o deixou inelegível.
Contando com a simpatia do senador Flávio Bolsonaro, ele não esconde o sonho de ser o candidato a representar a direita. Em conversas com correligionários na última segunda-feira, Reis fez juras de fidelidade ao governador Cláudio Castro, a quem está disposto a apoiar ao Senado; reiterou manter relações cordiais com Rodrigo Bacellar, mas afirmou também que não abandonou o projeto de se tornar candidato.
No encontro, o político da Baixada Fluminense disse que em nenhum momento conversou com Cláudio Castro sobre a sucessão estadual. Portanto, sente-se totalmente à vontade para ir em frente na tentativa de se viabilizar como candidato. Empolgado com o resultado da pesqquisa do Instituto Paraná, na qual figura em segundo lugar com 9,5% das intenções de votos – atrás de Eduardo Paes (49,9%) – Reis garantiu aos aliados: “Sou candidato”.
O ex-prefeito de Duque de Caxias tem afirmado que não se encontra inelegível a despeito de não ter todas as certidões negativas necessárias ao registro da candidatura. Ele ainda crê na possibilidade de vitória do recurso que impetrou no STF contra condenação por crime ambiental. O julgamento se encontra suspenso por conta de um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. Três integrantes da Corte votaram pela manutenção da condenação: Flávio Dino, Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes. O ministro Dias Toffoli se declarou suspeito.
Em paralelo, especula-se que ele pode estar jogando alto para indicar ou até mesmo para ser o vice na chapa encabeçada por Bacellar, caso consiga estar eleitoralmente apto. Acontece que existem entraves até mesmo para este plano: com o União Brasil encabeçando a chapa, com Bacellar, espera-se que Jair Bolsonaro queira indicar um vice do PL – como dito aqui, Carlos Portinho é visto como o quadro ideal na legenda.
Mas, como Flávio e o governador Cláudio Castro já estão certos de ir para o Senado, é possível que o ex-presidente abra mão de indicar o vice, na esperança de ter o MDB em sua chapa. Neste caso, inegavelmente, a coligação ganharia força. Bacellar tem força no interior, enquanto Reis traz votos na Baixada. Com as bênçãos da família Bolsonaro, o eleitorado conservador e religioso viria naturalmente.
Como já contado aqui, na Agenda do Poder, o acordo entre Thiago Pampolha e Rodrigo Bacellar para a escolha do nome que representará o grupo político de Claudio Castro na sucessão estadual não se limitou à vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE), que o vice-governador herdará para sair do páreo. O controle da estrutura da Cedae também ficaria sob a tutela de Pampolha, comenta-se na capital federal.
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