Ex-presidente orienta grupo a não se envolver em crise entre Bacellar e Washington Reis e condiciona apoio a indicação de vice na chapa
O ex-presidente Jair Bolsonaro orientou aliados no Rio de Janeiro a não se envolverem na disputa entre o presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União Brasil), e o ex-secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB). Segundo relatos de pessoas próximas, Bolsonaro afirmou que Reis teria “procurado” a situação de confronto político que se instalou após sua saída do governo estadual.
A decisão de Bolsonaro foi clara: manter o grupo afastado da crise e seguir firme no apoio à pré-candidatura de Bacellar ao governo do estado em 2026. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), alinhado à estratégia, se reuniu com Bacellar logo após a crise vir a público, reforçando o apoio da família ao presidente da Alerj. As informações são da colunista Bela Megale, de O Globo.
O conflito se intensificou quando Bacellar demitiu Reis da Secretaria de Transportes durante uma viagem internacional do governador Cláudio Castro (PL). A ação foi interpretada por Reis como um movimento de enfraquecimento político e gerou reações nos bastidores da direita fluminense.
Apesar do gesto, Flávio Bolsonaro pretende se reunir com Reis e Castro nos próximos dias para tentar conter os danos políticos da disputa. Segundo o senador, a instabilidade interna pode prejudicar a construção de uma candidatura forte da direita no Rio de Janeiro.
Ainda assim, lideranças do grupo bolsonarista avaliam que o tempo de Washington Reis para se viabilizar como candidato já passou. A avaliação é de que, apesar de sua intenção de disputar a eleição, a inelegibilidade que o atinge é um obstáculo difícil de reverter. Por isso, o apoio a Bacellar será mantido.
Bolsonaro também deixou claro que o respaldo à candidatura de Bacellar está condicionado à possibilidade de indicar o nome do vice na chapa. O ex-presidente e seus aliados avaliam que essa seria uma forma de garantir influência direta em um eventual governo estadual.
A relação entre Reis e os bolsonaristas se desgastou ainda mais por conta de sua aproximação com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que deve disputar o governo estadual com apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para o entorno de Bolsonaro, os gestos de Reis em direção a Paes foram excessivos e comprometeram sua credibilidade junto à direita.
Nos bastidores, bolsonaristas que ainda resistem ao nome de Bacellar demonstram confiança de que Reis conseguirá reverter sua situação jurídica até o pleito. Ainda assim, o posicionamento do clã Bolsonaro sugere que a escolha já está feita, com o foco voltado à consolidação da candidatura de Bacellar.
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