Insônia: novo remédio aprovado pela Anvisa promete menos dependência

 



Lemborexante foi eleito por Oxford o tratamento mais eficaz contra distúrbios do sono


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o lemborexante, medicamento da farmacêutica japonesa Eisai que chega ao Brasil com o nome comercial de Dayvigo. O fármaco atua de forma inédita no cérebro e, segundo estudos, apresenta menor risco de dependência e efeitos colaterais em comparação aos usados atualmente.

O remédio foi apontado por pesquisadores da Universidade de Oxford, em estudo publicado na revista The Lancet, como o de melhor perfil de eficácia e tolerabilidade entre 36 opções avaliadas. Já comercializado nos Estados Unidos desde 2019, o Dayvigo é vendido em média por US$ 300 (cerca de R$ 1.600) a caixa com 30 comprimidos.

Como o medicamento age no organismo
Diferentemente dos benzodiazepínicos e das chamadas drogas Z, que reduzem globalmente a atividade do sistema nervoso, o lemborexante atua bloqueando a ação dos neurotransmissores que mantêm o cérebro desperto. “Ele impede o combustível que mantém o interruptor do cérebro ligado na posição acordado”, resume o neurologista Lucio Huebra, do Hospital Sírio-Libanês.

Especialistas ressaltam que a droga representa avanço diante dos riscos de dependência e déficits cognitivos associados ao uso prolongado de medicamentos tradicionais. A aprovação no Brasil prevê dose inicial de 5 mg, podendo chegar a 10 mg conforme resposta clínica, sempre em uso noturno e restrito a adultos.

Desafios do tratamento da insônia
Apesar da novidade, médicos reforçam que a primeira abordagem para pacientes com insônia deve priorizar mudanças de hábitos e a terapia cognitivo-comportamental. “O maior desafio é a compreensão da importância do sono e do impacto dos comportamentos cotidianos na dificuldade de dormir”, afirma a pneumologista Luciana Palombini, do Instituto do Sono.

No Brasil, cerca de 18 milhões de pessoas usam remédios para dormir, segundo levantamento da Pesquisa Nacional de Saúde. Só em 2024, quase 16 milhões de caixas de zolpidem foram vendidas no país. Para especialistas, o lemborexante pode preencher uma lacuna terapêutica, mas seu uso deve ser criterioso: menor dose, menor tempo e sempre com acompanhamento médico.


Fonte: agendadopoder.com.br

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