Presidente gostaria de abrir espaço para aliado, mas nome do ex-prefeito não preenche critérios da Lei das Estatais
O presidente Lula não indicará Wagner dos Santos Carneiro, Waguinho, para presidir a PortosRio, assegura fonte do Palácio do Planalto ouvida pelo blog. Na verdade, o presidente nunca cogitou nomear o ex-prefeito de Belford Roxo (RJ) para o comando da estatal que administra os portos do Rio. Apenas comentou que gostaria de abrir espaço para o aliado no governo federal.
Waguinho, filiado ao Republicanos, foi um dos principais cabos eleitorais do presidente na Baixada Fluminense, nas eleições de 2022. No entanto, seu nome não preenche os critérios da Lei das Estatais, que impõe normas rígidas para a nomeação de dirigentes, exigindo competência e idoneidade.
Casado com a deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ), ex-ministro de Turismo do governo Lula, Waguinho tem seu nome vinculado a dois escândalos investigados por diferentes frentes do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro. O mais rumoroso deles envolve o Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Belford Roxo (Previde), em que cerca de R$ 15 milhões teriam sido desviados por meio de pagamentos irregulares a centenas de beneficiários sem vínculo com o órgão. O esquema teria ocorrido durante sua gestão na prefeitura, com envolvimento direto de ex-diretoras do instituto nomeadas por ele.
Paralelamente, Waguinho também está no centro da mira da Operação Errata, deflagrada pela Polícia Federal em fevereiro de 2025. A investigação apura fraudes em contratos milionários do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), com suspeitas de superfaturamento e ausência de licitação na compra de livros didáticos. A operação resultou na prisão de quatro ex-membros da gestão municipal, entre eles o ex-secretário de Educação, além da apreensão de joias, veículos de luxo, armas e R$ 90 mil em espécie.
Daniela, por sua vez, apareceu em fotos e vídeos, durante e a campanha eleitoral de 2022, ao lado de figuras como o ex-vereador Marcinho Bombeiro, preso sob a acusação de comandar uma milícia em Belford Roxo. A Folha de S.Paulo, publicou que pelo menos três aliados de milicianos foram nomeados na prefeitura local sob a gestão de Waguinho.
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