Jovem de 14 anos que matou os pais e o irmão caçula no RJ pesquisou como sacar R$ 33 mil do FGTS

 




Polícia apura motivação financeira e namoro virtual como possíveis causas; jovem confessou assassinatos com frieza e disse que “faria tudo de novo”


A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga se o adolescente de 14 anos que matou os pais e o irmão caçula, de apenas 3 anos, agiu com motivação financeira. Após o crime, o jovem chegou a pesquisar na internet como sacar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de uma pessoa falecida. Segundo os investigadores, o pai tinha direito a cerca de R$ 33 mil.

Os corpos de Inaila Teixeira, de 37 anos, Antônio Carlos Teixeira, de 45, e do filho mais novo do casal foram encontrados na quarta-feira (26), dentro de uma cisterna na casa da família, localizada em Itaperuna, no interior do estado. A localização ocorreu após o próprio adolescente procurar a delegacia acompanhado da avó paterna, alegando que os pais haviam desaparecido após levarem o irmão ao hospital por conta de um suposto engasgo com cacos de vidro.

A versão apresentada levantou suspeitas imediatas. Nenhum hospital da cidade havia registrado a entrada da criança ou dos pais. Diante disso, os policiais foram até a residência da família e, ao se depararem com um forte odor de decomposição, localizaram os corpos na cisterna da casa. Havia grande quantidade de sangue espalhado pelo imóvel, incompatível com a hipótese de acidente doméstico. Confrontado, o adolescente confessou os crimes.

Segundo a Polícia Civil, o garoto disse que atirou na cabeça dos pais e no pescoço do irmão. Às autoridades, declarou que matou o caçula para “poupar o menino da dor de perder os pais”.

Namoro virtual e premeditação

Uma das hipóteses investigadas envolve um relacionamento virtual do adolescente com uma garota de 15 anos do estado do Mato Grosso. Eles se conheceram por meio de jogos online, e, segundo o jovem, os pais não aprovavam o namoro. Ele teria dito à polícia que a garota o pressionava para visitá-la e que, ao ser impedido pela família de viajar, decidiu cometer os assassinatos.

Durante a perícia no local, os investigadores encontraram uma mochila já preparada para viagem. Dentro dela estavam os celulares das vítimas. O garoto, no entanto, forneceu poucas informações sobre a suposta namorada. A Polícia Civil já entrou em contato com autoridades do Mato Grosso para tentar localizá-la.

O delegado Carlos Augusto Guimarães, responsável pelo caso, revelou detalhes do depoimento e das ações do adolescente na noite do crime. “Ele revelou que, na noite do crime, tomou um pré-treino para ficar acordado. Depois que todos dormiram, pegou a arma escondida embaixo do colchão do casal — que pertencia ao pai — e cometeu os assassinatos”, explicou o delegado.

Segundo Guimarães, após os homicídios, o adolescente usou produto de limpeza para espalhar no chão da casa até a cisterna, com o objetivo de facilitar o transporte dos corpos e disfarçar rastros. A arma do crime foi posteriormente localizada na residência da avó, que afirmou tê-la guardado ao perceber o neto mexendo no objeto, sem saber que ele havia cometido o triplo homicídio.

Frieza e ausência de arrependimento

O comportamento do jovem chocou os investigadores pela frieza e pelo nível de detalhamento com que relatou os assassinatos. “Ele não demonstrou nenhum arrependimento. Pelo contrário, disse que faria tudo de novo. Foi muito direto, se mostrava seguro. Ou ele premeditou tudo, ou é um garoto extremamente inteligente”, declarou Guimarães.

A polícia continua investigando o caso para esclarecer completamente as motivações e eventuais influências externas. A frieza do adolescente, aliada à possível motivação financeira e ao relacionamento à distância, levanta questionamentos sobre o grau de premeditação e o estado psicológico do autor do crime.

O caso segue sob apuração da 143ª Delegacia de Polícia, em Itaperuna, com acompanhamento do Ministério Público e do Conselho Tutelar.


Fonte: agendadopoder

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