Município fluminense figura ao lado de outras cidades do Sul e do Sudeste entre os maiores rendimentos per capita do Brasil, segundo o Censo de 2022
Niterói está entre as cidades com maior renda domiciliar per capita do Brasil, segundo o Censo Demográfico de 2022 divulgado nesta quinta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O município fluminense, com R$ 3.577 por pessoa, ocupa a quinta posição nacional no ranking de renda, atrás apenas de Nova Lima (MG), São Caetano do Sul (SP), Florianópolis (SC) e Balneário Camboriú (SC).
No topo da lista, Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, teve a maior renda do país, com média de R$ 4.300 por pessoa. No extremo oposto, Uiramutã, em Roraima, registrou o menor valor: apenas R$ 289 mensais. A cidade, localizada a 314 km de Boa Vista, simboliza as desigualdades econômicas que persistem entre as regiões brasileiras.
Niterói combina alta renda e qualidade de vida
Em meio aos grandes centros urbanos do Sudeste, Niterói se destaca por sua renda elevada e por indicadores sociais acima da média nacional. Conhecida por concentrar profissionais de alta qualificação e servidores públicos, a cidade também atrai moradores que trabalham no Rio de Janeiro, mas buscam qualidade de vida e segurança em bairros residenciais e litorâneos.
A economia local é diversificada, com forte presença do setor de serviços, da educação superior e de atividades ligadas à tecnologia e inovação. Além disso, Niterói apresenta bons índices de infraestrutura urbana, o que contribui para seu alto rendimento per capita. O município já vinha aparecendo nas primeiras posições de estudos sobre renda e desenvolvimento humano na região metropolitana do Rio.
Riqueza concentrada em Nova Lima
Os números divulgados se baseiam em valores nominais, referentes a julho de 2022, sem correção pela inflação. A renda per capita é calculada somando-se todos os rendimentos de um domicílio — provenientes do trabalho e de outras fontes, como aposentadorias, pensões e programas sociais — e dividindo o total pelo número de moradores.
Em Nova Lima, cidade próxima a Belo Horizonte, o resultado reflete a presença de famílias de alta renda que optam por viver em condomínios de luxo nos arredores da capital mineira. O município, com 111,7 mil habitantes, combina tradição na mineração e uma economia voltada pa
O município também se destacou em outro indicador do Censo: 24,9% dos moradores viviam em domicílios com dez cômodos ou mais, o maior percentual do país.
Uiramutã reflete a realidade indígena no Norte
Do outro lado do ranking, Uiramutã apresenta um retrato completamente diferente. A cidade roraimense tem 96,6% de sua população formada por indígenas, o maior percentual do país, segundo o Censo.
Os indígenas, de acordo com o levantamento, possuem o menor rendimento per capita domiciliar do Brasil, com média de R$ 669 em 2022 — menos da metade da média nacional, que foi de R$ 1.638. Uiramutã contabilizava 13,8 mil habitantes no período da pesquisa.
Sudeste e Sul concentram as cidades mais ricas
Entre as dez cidades com maior renda per capita, todas estão nas regiões Sudeste e Sul. Após Nova Lima, aparecem São Caetano do Sul (R$ 3.885), na Grande São Paulo, e Florianópolis (R$ 3.636), em Santa Catarina.
Na sequência vêm Balneário Camboriú (R$ 3.584), Niterói (R$ 3.577), Santana de Parnaíba (R$ 3.465), Marema (SC), Vitória (ES), Petrolândia (SC) e Tunápolis (SC). A lista inclui cinco municípios catarinenses e duas capitais estaduais.
Norte e Nordeste concentram os menores rendimentos
As dez cidades com menores rendas domiciliares estão no Norte e no Nordeste, sendo cinco delas no Maranhão. Depois de Uiramutã, aparecem Bagre (PA) e Manari (PE), com renda média de R$ 359.
Belágua (MA), Cachoeira Grande (MA), São Paulo de Olivença (AM), Primeira Cruz (MA), Humberto de Campos (MA), Marajá do Sena (MA) e Tonantins (AM) completam a lista, com rendimentos entre R$ 388 e R$ 432.
O IBGE ressaltou que não é possível comparar diretamente os dados de 2022 com os do Censo de 2010 devido a mudanças metodológicas. Em 2010, São Caetano do Sul liderava a renda nominal, enquanto Marajá do Sena registrava o menor valor.
Os dados reforçam que as desigualdades regionais ainda são um desafio para o poder público, já que a renda segue concentrada em áreas urbanas de maior desenvolvimento econômico, especialmente nas metrópoles do Sudeste e do Sul.
As 10 cidades com maior renda per capita do Brasil em 2022:
Nova Lima (MG) – R$ 4.300
São Caetano do Sul (SP) – R$ 3.885
Florianópolis (SC) – R$ 3.636
Balneário Camboriú (SC) – R$ 3.584
Niterói (RJ) – R$ 3.577
Santana de Parnaíba (SP) – R$ 3.465
Marema (SC) – R$ 3.430
Vitória (ES) – R$ 3.416
Petrolândia (SC) – R$ 3.394
Tunápolis (SC) – R$ 3.373
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